21.3.11

"- Amar... eu não sou capaz de amar. O que é isso, que toda a gente procura? Mas afinal chega a fazer sentido?"

Respondeu-lhe tranquila e pacientemente, apesar da dor lhe dilacerar o peito (como seria possível? Tanta crueldade implícita em cada linha; tanto desprezo, tanto egoísmo; na verdade, o amor na boca dela sabia a vinagre; na verdade, nem sabia se ela tinha culpa. Tinha, tinha de ter. Cada letra tomava a forma de espinho, cada entoação inocente era simplesmente nojenta. Mas ele desejava tanto e cada vez mais esse vinagre. Saber-lhe-ia a mel, ele transformá-lo-ia em caramelo se fosse preciso.)

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