16.10.10

entre aspas - extractos de bloco de notas de viagens de metro de setembro

"pensaste enclausurado na tua vida. mataste-te de medo. que pena!"



"às escondidas. é perigoso às escondidas? "



"a degustação levou-o a ela, involuntariamente, sem precedentes. construtivamente, ampliando o poder e a culpa, criou o iôiô (...)
veio e foi, foi e veio; no fim pediu desculpa por se ter rido, sorrido aliás. desculpa legítima, culpa safa. pena."



"silêncio como o verbo, silêncio como a forma de manifestação.
cala-te!
silencia-te!
não te vendas pelo silêncio.
não uses o silêncio. ele é próprio, isso é feio.
não sejas hipócrita com ele; sempre que o usas é quando mais o queres trair. ai não."



"disseste encruzilhada? repete."



"andavam por aí como dois queridos. três.
vieram e foram; vieram e foram;
enjoou. doeu. então ficaram reduzidos a dois.
a saudade veio, a saudade mata.
mataram-se um ao outro de saudade.
morderam a língua e sufocaram.
dois é tão bom, três é tão demais."



"não é bom até que se sinta."



"intrigou-se sobre a possibilidade de. hipoteticamente seria razoável, mais perto do que.
gastou o cheiro a pensar nisso, depois o suor, seguindo-se a pele, o músculo e, por fim, o osso.
consumiu-se. gastou-se nisso.
comeu-o, a possibilidade de.
vendeu-se, à possibilidade de.
a questão é se valerá a pena perdermo-nos com ela, a possibilidade de.
ela é ilimitada, de certa forma cheia de compaixão e ilusão. fundo de verdade em bola de sabão, chega?
valerá a pena viver/morrer no hipotético?"



"tenho medo da minha mente como um rato de um gato. ela mente-me, não me ajuda. quero deitá-la fora no meu coração."



"qual é a palavra chave dos espasmos e das convulsões?"



"diz-me isso ao ouvido"

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